sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Os negros olhos do abismo

caminho à margem do abismo
ora perto, ora distante
da queda

flutua diante dos olhos
o doce abismo
me convida a marejar seus vazios

e eu calculo bem se vale
se vale a queda, a dor
quanto vale o meu amor

eu meço os passos
olho o fundo negro de seus olhos
te digo adeus
e retrocedo

Resta do abismo o sonho
que durará alguns meses
que provará minha razão

e depois assa
deixa a lacuna no peito
de um pedaço que não estava pronto
pra ser carregado de mim.

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