quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Magnífica Mansão Vazia

ela se vestiu de azul
tingiu os olhos
 os lábios
fez cachos
e as unhas
pôs belos sapatos

deu as mãos para a rua
foi para resolver os problemas do dia

era bela
mas o brilho de seus brincos
ofuscava mais que o brilho de seus olhos
e ela era mais azul
que o azul de seu vestido azul

Naquele dia
ela era apenas
uma magnífica mansão vazia.

Luz


 


luz



sou luminária, num canto

objeto que ilumina sem toque
emito calor pra você sentir
depois me apagas

sou a luz do abajur
presente pra encandear
a leitura de teus contos
nas noites em que mais se chove

comigo ris das comédias e tragédias
das tuas loucuras, das de outros alguéns
e depois...
depois dormes.

Sou uma luz de natal
colorida e alegre
até o natal acabar.
Depois, recolhem-me numa caixa apagada

Pois quando apago, perco a graça
e as dores que sinto, amores e cores que tenho secretas
às vistas
são só minhas
e não importam para ti
nem pra ninguém.



permissão para a paráfrase de tua música, Sfanio!