ela se vestiu de azul
tingiu os olhos
os lábios
fez cachos
e as unhas
pôs belos sapatos
deu as mãos para a rua
foi para resolver os problemas do dia
era bela
mas o brilho de seus brincos
ofuscava mais que o brilho de seus olhos
e ela era mais azul
que o azul de seu vestido azul
Naquele dia
ela era apenas
uma magnífica mansão vazia.
“Porque já não vejo graças nesses programas da TV; acho logo mal-educado quem quer que me olhe de soslaio, ou mesmo fique a me observar por conta do projeto-de-ser-não-identificado-ambulante que sou.” Márcio Arthur
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Luz
luz
sou luminária, num canto
objeto que ilumina sem toque
emito calor pra você sentir
depois me apagas
sou a luz do abajur
presente pra encandear
a leitura de teus contos
nas noites em que mais se chove
comigo ris das comédias e tragédias
das tuas loucuras, das de outros alguéns
e depois...
depois dormes.
Sou uma luz de natal
colorida e alegre
até o natal acabar.
Depois, recolhem-me numa caixa apagada
Pois quando apago, perco a graça
e as dores que sinto, amores e cores que tenho secretas
às vistas
são só minhas
e não importam para ti
nem pra ninguém.
permissão para a paráfrase de tua música, Sfanio!
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